domingo, 25 de novembro de 2012

Braille Virtual: um software bastante útil para quem enxerga, mas trabalha com deficientes visuais!


Uma das grandes barreiras entre a comunicação escrita de deficientes visuais (DVs) e de pessoas normovisuais é o fato de as letras do alfabeto Braille apresentarem diferenças de formato, se comparadas às letras do alfabeto convencional para normovisuais. Dessa forma, muitas vezes, quando um professor possui um aluno com deficiência visual, torna-se difícil a avaliação de atividades escritas feitas por esse aluno - já que o professor, na esmagadora maioria das vezes, não compreende o que o estudante em questão escreve. A mesma coisa ocorre quando os pais de um estudante deficiente visual têm a intenção de auxiliá-los nas tarefas escolares (tais como deveres de casa e preparação para provas) : como eles vão ajudar seus filhos adequadamente, se o sistema de leitura e escrita dos filhos difere daquele comumente usado pelos pais (isto é, se os pais não forem deficientes visuais)?Resumindo: pelo fato de as pessoas normovisuais ao redor de um deficiente visual não conhecerem o alfabeto Braille, há uma dificuldade na troca de materiais escritos entre o DV e as pessoas de sua convivência.
Pensando nessa problemática, uma equipe de professores da USP desenvolveu o Projeto "Braille Virtual".

O que é o projeto Braille Virtual?
É um projeto desenvolvido por uma equipe de professores da Faculdade de Educação da USP, com a finalidade de disseminar o Braille para pessoas que... ENXERGAM! Isso mesmo: para afastar aquela ideia de que o "Braille é algo difícil e inacessível", e facilitar a comunicação escrita entre deficientes visuais e normovisuais, à medida que mais pessoas de visão normal conheçam a técnica!
O projeto consiste em um curso de Braille online, com recursos de animação digital para que pais, professores e amigos de deficientes visuais aprendam o Braille de forma prazerosa.
Conforme texto no site do projeto, "as pessoas que vêem não precisam do tato para ler em Braille. Com o aprendizado do sistema composto por 63 símbolos formados pela combinação de seis pontos em uma célula, o indivíduo que vê pode ler textos em Braille apenas substituindo as letras comuns pela nova simbologia". 
O curso é livre e não oferece certificado. Mas é de grande utilidade para as pessoas que convivem com deficientes visuais - ou que desejam aprender, para a eventualidade de um dia conviverem com um deles!
Vocês podem acessar o Braille Virtual através dos links interessantes aqui mesmo no meu blog. :-)

domingo, 18 de novembro de 2012

LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais


 

 LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais ou LSB LIBRAS, ou Língua Brasileira de Sinais, é a língua utilizada pela maioria dos surdos brasileiros e, como tal, poderá ser aprendida por qualquer pessoa interessada pela comunicação com essa comunidade. Como língua, esta é composta de todos os componentes pertinentes às línguas orais, como gramática semântica, pragmática sintaxe e outros elementos, preenchendo, assim, os requisitos científicos para ser considerada instrumental linguístico de poder e força. Possui todos os elementos classificatórios identificáveis de uma língua e demanda de prática para seu aprendizado, como qualquer outra língua. Foi na década de 60 que as línguas de sinais foram estudadas e analisadas, passando então a ocupar um status de língua. É uma língua viva e autônoma, reconhecida pela linguística. Pesquisas com filhos surdos de pais surdos estabelecem que a aquisição precoce da Língua de Sinais dentro do lar é um benefício e que esta aquisição contribui para o aprendizado da língua oral como Segunda língua para os surdos. Os estudos em indivíduos surdos demonstram que a Língua de Sinais apresenta uma organização neural semelhante à língua oral, ou seja, que esta se organiza no cérebro da mesma maneira que as línguas faladas. A Língua de Sinais apresenta, por ser uma língua, um período crítico precoce para sua aquisição, considerando-se que a forma de comunicação natural é aquela para o qual o sujeito está mais bem preparado, levando-se em conta a noção de conforto estabelecido diante de qualquer tipo de aquisição na tenra idade. (Extraído de www.feneis.com.br) Ao se atribuir ás línguas de sinais o status de língua é porque elas, embora sendo de modalidade diferente, possuem também estas características em relação às diferenças regionais, socioculturais, entre outras, e em relação às suas estruturas porque elas também são compostas pelos níveis descritos acima. O que é denominado de palavra ou item lexical nas línguas orais-auditivas é denominado sinal nas línguas de sinais. Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com um determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que podem ser comparadas aos fonemas e às vezes aos morfemas, são chamadas de parâmetros. Nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes parâmetros: • Configuração das mãos: são formas das mãos, que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão predominante (mão direita para os destros), ou pelas duas mãos do emissor ou sinalizador. Os sinais APRENDER, LARANJA E ADORAR têm a mesma configuração de mão e são realizados na testa, na boca no lado esquerdo do peito, respectivamente;

 • Ponto de articulação: é o lugar onde incide a mão predominante configurada, podendo esta tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro vertical (do meio do corpo até a (cabeça) e horizontal (à frente do emissor). Os sinais TRABALHAR, BRINCAR, CONSERTAR é feitos no espaço neutro e os sinais ESQUECER, APRENDER e PENSAR são realizados na testa;


• Movimento: os sinais podem ter um movimento ou não. Os sinais citados acima têm movimento, com exceção de PENSAR que, como os sinais AJOELHAR e EM-PÉ, não tem movimento;
 Tem movimento:




 Não tem movimento:






• Orientação/direcionalidade: os sinais têm uma direção com relação aos parâmetros acima. Assim os verbos IR e VIR se opõem em relação à direcionalidade, como os verbos SUBIR e DESCER, ACENDER e APAGAR, ABRIR-PORTA e FECHAR-PORTA;






• Expressão facial e/ou corporal: muitos sinais, além dos quatro parâmetros mencionados acima, em sua configuração têm como traço diferenciador também a expressão facial e/ou corporal, como os sinais ALEGRE e TRISTE. Há sinais feitos somente com a bochecha como LADRÃO, ATO-SEXUAL; sinais feitos com mão e expressão facial, como o sinal BALA, e há ainda sinais em sons e expressões faciais complementam os traços manuais, como os sinais HELICÓPTERO e MOTO. Na combinação destes quatro parâmetros, ou cinco, tem-se o sinal. Falar com as mãos é, portanto, combinar estes elementos para formarem as palavras e estas formarem as frases em um contexto. Para conversar, em qualquer língua, não basta conhecer as palavras, é preciso aprender as regras gramaticais de combinação destas palavras.